Boas!
Com quase 1 semana de atraso, aqui vai o meu sketch. Só queria agradecer ao João Silva, «pai» do Rodolfo, por não se ter insurgido violentamente por eu fazer um soquete com a personagem dele. Portanto todo e qualquer dinheiro (ou géneros alimentícios) que este sketch dê, irá todo para o João. Acho que esta personagem dá pano para mangas. Aí o mérito é todo dele. Bem, enjoy.
RODOLFO VAI AO CIRCO
Rodolfo e a Mãe entram numa tenda de circo. Rodolfo caminha de forma inerte (como um zombie), mãos junto ao corpo, de queixo junto ao pescoço, sobrancelhas carregadas e olhar maléfico. Vê-se um poster assente num cavalete com as atracções do circo. Ao chegarem ao lugar (bancos de madeira corridos) encontram o vizinho, já sentado. Vizinho fica contente de os ver e abre espaço para se sentarem. (Toda a acção decorre no banco. O que se passa no palco ocorre sempre fora de campo.)
VIZINHO
Olá! Por aqui?
MÃE
(ainda de pé)
É verdade. Viemos ao Circo. O meu Rodolfo gosta.
Mãe afaga-lhe a cabeça e o queixo. Rodolfo mostra os dentes.
VIZINHO
É, os pequenotes adoram isto. E devo confessar que eu também sou um adepto das nobres artes circenses. Não é à toa que lhe chamam o melhor espectáculo do Mundo!
Ergue a cabeça e olha para fora do plano, nostálgico.
Sempre gostei deste mundo de fantasia e ilusão.
Entusiasma-se.
Os palhaços, os trapezistas, os mágicos, os animais... Ah, quando era pequeno o meu sonho era ser artista de circo, sabe...
Suspira.
MÃE
Eu ganhei os bilhetes numa rifa lá no emprego. E como ele se tem portado bem lá na escola (em tom de aviso, olhando para o Rodolfo, para imediatamente a seguir se virar para o vizinho), então decidimos vir.
Mãe e Rodolfo sentam-se. Mãe entre o Vizinho e o Rodolfo. Fica mais escuro e faz-se silêncio. Luz vem do palco, de frente para os personagens, fora de campo.
VIZINHO
Olha olha, vai começar.
Dá duas palmadinhas no joelho de Rodolfo. Rodolfo vira-se lentamente para o vizinho e mostra os dentes. Vizinho olha para cima (para o palco) maravilhado.
VOZ DE ALTIFALANTE
Meninos e meninas, senhores e senhoras, muitas palmas para o magnifico, o impressionante, o legendário Cutelini, o fantástico mágico, e a sua bela assistente, Márise Rute.
Ouvem-se palmas, vizinho bate palmas entusiasticamente. Mãe incentiva Rodolfo a bater palmas, Rodolfo mantém-se inerte.
MÁGICO
(voz vinda fora de campo)
Vou pedir à minha encantadora assistente que entre dentro desta caixa onde a vou ... serrar ao meio!
Vizinho suspira em suspense. Ouve-se som metálico da lâmina.
VIZINHO
(sussurrando para a Mãe)
Gostava de saber como fazem isto... Como é que eles serram a caixa e não cortam a assistente...
Som do serrote a cortar a caixa. Rodolfo sorri e ergue a mão lentamente. É seguido pelo som de carne a rasgar e ossos a partirem-se. Grito da assistente vindo do palco. Vizinho leva a mão à boca, chocado. Gritos na plateia.
VIZINHO
Oh meu Deus!
MÃE
Isto ainda faz parte do número?
Vizinho não ouve, olha para o palco chocado. Gritos na plateia, pessoas fogem. Caos completo (pó no ar, papéis voam, ouve-se o som de um elefante). Cai uma perna de mulher no colo do vizinho. Ele pega na perna, ergue-a e grita horrorizado. De repente pára, fica com os olhos esbugalhados e agarra-se ao peito. Morre de ataque cardíaco. Rodolfo sorri.
MÃE
Sem saber o que fazer. Olha para Rodolfo e percebe o que aconteceu.
Oh ... Rodolfo! Foste tu?! Vamos, já para casa, estás de castigo!
Levanta-se, e vão-se embora, puxando Rodolfo pela orelha. Saiem de plano, deixando o vizinho morto.
FIM
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